Dona Jandira
estava aflita e seu sofrimento era intenso e visível. Em suas mãos, a velha bíblia, já muito desgastada pelo constante manuseio, era apertada incessantemente com todo fervor que ela possuía, que era infinito.
Jorge, o filho no
CTI, era o último membro vivo de sua família. Perdera o marido, uma filha e um
irmão da mesma maneira, voltando do trabalho para casa. Todos por balas
atiradas por ninguém.
Dessa vez, seria
diferente. Desde que se converteram, haviam encontrado o mais próximo de acolhimento
e amparo que, quem perdera toda a família no intervalo de um ano, necessitava tão
visceralmente.
Jorge e Dona
Jandira eram assíduos frequentadores dos cultos e jamais atrasavam seus
dízimos, mesmo que para isso, tivessem que atrasar o pagamento da conta luz de sua casa. Naquele momento, orando no espaço ecumênico do Hospital Público, esse
pensamento confortou-a profundamente e lhe veio a certeza de que tudo daria
certo.
Jorge estava
indo encontrá-la no templo quando uma troca de tiros o pegara em fogo cruzado.
Mas, Dona
Jandira estava confiante, o pastor lhe garantiu que hoje dedicaria a sessão de
cura das 20 horas especialmente ao seu filho querido por todos.
Às 20 horas em ponto, Dona Jandira acomodou-se no pequeno espaço ecumênico do hospital e começou a orar, sentindo uma grande energia percorrer todo seu corpo. Teve vontade de chorar de emoção. Teve absoluta certeza de que a intensidade das orações do pastor na sessão de cura, a quilômetros de distância, chegara com toda a força até ela e seu filho. Jorge estava salvo.
Nesse momento, o
médico entra na capela, dirige-se até ela e, sem tomar fôlego, lhe comunica que, “infelizmente, o quadro do filho evoluíra a óbito. E que, ele sentia muito”.
Quando soube, o
Pastor lamentou a perda de mais um fiel que nunca atrasava o dízimo, e continuou seus afazeres como se nada tivesse acontecido.
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CHOCANTE normal cri$$tão.
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