Mais um pôr do sol cinematográfico no Rio de Janeiro. Verão,todas as cores da vida no céu e na terra.
Qualquer horário
seria lindo após a confirmação de sua contratação para o novo emprego. Foram longos
e difíceis os anos da pandemia sem trabalho. Sobrevivera, a que preço mental e
existencial ele não saberia avaliar. Havia sido alto, bastante alto, e
consumira forças que ele não sabia possuir.
Mas, naquele fim
de tarde o fio da meada estava achado, a partir dali, era só uma questão de
tempo para reorganizar a vida o que, nunca, se faz de um pôr do sol para outro.
Caminhando em
direção ao supermercado, repara que o posto de gasolina, que está sendo construído
no trajeto, está recebendo o primeiro piso de cimento, apenas numa pequena parte
do terreno, exatamente no seu caminho.
Na volta, o
caminhão e os operários, que haviam cimentado o pequeno espaço, já haviam
partido e no cordão isolante o aviso: cimento fresco.
Ele não teve
dúvida, pegou a chave no bolso e escreveu seu nome com todo o capricho na massa
ainda moldável. Ficou perfeito! Nunca fizera melhor.
Levantou-se e
admirou sua obra. Voltou no tempo, quando a vida ainda não tinha passado e
tudo ainda estava por acontecer. Se sentia assim naquele momento, escrevendo seu nome numa nova história.
E como estava
fantástico o pôr do sol naquela tarde.
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