Estava mesmo precisando ver uma Sessão da Tarde.
Não estou falando do programa da Globo que deu origem ao que, hoje, é um rótulo cinematográfico brasileiro para designar produções açucaradas e fantasiosas. Em tempos de streaming, filme tipo Sessão da tarde pode ser em qualquer horário. Basta ser um daqueles em que o bem vence o mal, a amizade vence o egoísmo e o amor vence tudo. A gente precisa disso, de sonhos, de esperança e de utopias ingênuas e aleatórias.
É assim que nós, seres humanos, conseguimos nos reabastecer de esperança para continuar nossas batalhas pessoais, superpotencializando nossas qualidades e projetando-as em heróis e heroínas, que são tudo que não conseguimos ser em nosso dia a dia. E, já que a neurociência caminha para provar que realidade é uma “produção cinematográfica” original e única, do cérebro de cada um de nós, às vezes, é preciso fabricar ao menos a ilusão de um final feliz, embarcando na beleza dos contos, quase infantis.
É a nossa hora do recreio na vida, um intervalo na realidade, onde brincamos e nos reabastecemos de sonhos e nos permitimos viver mais leves, provando que todos nós, no fundo, ansiamos pela redenção da vida.
Por aqueles momentos em que temos certeza absoluta de que a
vida, às vezes, tem até trilha sonora e que vale, mesmo a pena, ser vivida.
Edmir St-Clair
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