A espécie humana só conseguiu prosperar por que desenvolveu a capacidade de raciocinar em grupo, de fazer perguntas e buscar respostas em grupo, para tudo que não compreendia no mundo que o rodeava. Estar em grupo era a única chance de sobreviver a um mundo cheio de perigos mortais.
Foram as perguntas e respostas compartilhadas que nos possibilitaram dominar todo o planeta. Foi pensando e agindo coletivamente que criamos defesas e estratégias que garantiram a sobrevivência de nossa espécie através dos tempos, mesmo sendo um dos seres mais lentos, fracos e indefesos da natureza.
A missão básica da existência é a evolução da espécie, o que significa criar condições que permitam que todas suas potencialidades possam ser afloradas, exploradas, desenvolvidas e aperfeiçoadas incessantemente.
A seleção natural não admite mentiras. Apenas a verdade sobrevive.
Nossa jornada através dos tempos é uma aventura de colaboração entre indivíduos e de descobertas contínuas de novas possibilidades, na busca de segurança, equilíbrio e bem-estar.
Somos seres que são afetados por estímulos e interações múltiplas com outros indivíduos e com o habitat. Somos resultados desses afetos e do que resolvemos fazer a partir dos sentimentos e emoções que eles produzem em nós.
A capacidade de decidir conscientemente como agir, e não apenas reagir instintivamente aos afetos, é o que nos faz humanos. A soma das capacidades dos indivíduos foi o que acelerou a nossa evolução para uma progressão geométrica. Somar nossas capacidades multiplicou o progresso e prosperidade da espécie humana.
Essa é a nossa forma de evoluir, através de perguntas e respostas, erros e acertos, individuais e coletivos somados e combinados.
Através do conhecimento adquirido e transmitido de uma geração para as seguintes, esse processo se aperfeiçoa e se realiza através da interação com outros indivíduos e suas respectivas e diferentes perguntas, respostas e conclusões, todas aglutinadas debaixo desse gigantesco guarda-chuva chamado Ciências.
Quanto maior a cooperação maior o avanço da ciência e maior o salto evolutivo de toda a espécie.
Foi esse processo que nos trouxe até essa vida atual, cada vez mais segura e confortável.
Evoluímos absurdamente desde aquele antepassado frágil, fisicamente indefeso e presa facil de predadores. Uma época em que o medo, frio e a fome imperavam. Nós Conseguimos ultrapassar essa fase crucial, evoluindo e prosperando em todo o planeta.
Essa evolução nos tornou o que somos hoje mas, ainda estamos longe de ter alcançado um estágio que possamos chamar sequer de intermediário, numa escala que tenha como meta a completa interação e compreensão de nós mesmos e do planeta que habitamos.
Somos uma
das espécies mais jovens surgidas na natureza. Num panorama maior, somos jovens
ainda muito confusos e perdidos, buscando um sentido maior para a própria
existência. Ultrapassamos o primeiro filtro quando nos tornamos a espécie
dominante.
Aquele ser primitivo, amedrontado e indefeso, cujo cérebro está programado para reações primitivas e animalescas que o possibilitavam, sobretudo, continuar vivo, ainda continua atuando em cada um de nós, mesmo sem ter a menor necessidade.
A parte primitiva do nosso cérebro, preparada apenas para reações primárias rápidas como fugir ou lutar, ou reconhecer instantaneamente um amigo ou inimigo, continua agindo até hoje. Como uma iminência parda que, quando se manifesta, alcança um poder de destruição apavorante.
Precisamos lidar com isso, com nossa besta individual, e domá-la a qualquer custo. E só o autoconhecimento e o auto comprometimento podem realizar esse árduo trabalho.
A melhor ferramenta para prosseguirmos nessa jornada evolutiva se chama ciência, conhecimento e autoconhecimento. Se balizadas por uma metodologia apropriada e questionamento filosófico genuíno (em cujo conteúdo a ética seja o principal pilar), esse processo é capaz de gerar uma humanidade virtuosa, capaz de cuidar de si e de todo o planeta. E quem sabe, até de outros planeta
Podemos ter
uma evolução brilhante, mas se cedermos à ignorância, ao misticismo, e à besta
destruidora que carregamos em nossos cérebros, corremos um risco enorme de
produzir uma hecatombe planetária e extinguirmos a nós mesmos. O maior perigo
para a sobrevivência de toda a vida no planeta terra chama-se espécie humana.
Nada é mais perigoso para o mundo do que a maldade que nos habita.
A besta, que ainda vive em nós, precisa ser domada a todo e qualquer custo. Ela não precisa mais existir, não pode mais existir, é perigosa demais, uma ameaça constante que paira sobre todas as formas de vida do planeta.
E ela só pode ser vencida por cada indivíduo dentro de si mesmo. Só assim transcenderemos juntos rumo a uma era de paz e harmonia.
Esse é o
maior de todos os desafios da espécie humana: domar a si mesmo.
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