Nesse curioso 2/2/22, a chuva cai no sopé do Pico da Pedra Branca, em Vargem Pequena. O cheiro de terra molhada que ascende não pode ser igualado a nenhum outro perfume. Para mim, é um dos odores mais agradáveis que posso sentir.
Aqui,
começa a densa floresta de mata atlântica mais preservada que conheço. Os
cheiros dos diferentes verdes, plantas e arvores das mais diversas, se misturam
com o perfume que evapora da terra quente de verão quando os pingos começam a
cair. Os grossos pingos das chuvas de verão realçam ainda mais o que já é
magnífico.
Sempre
tive uma atenção especial com o olfato. Talvez por quase perdê-lo após um
acidente em que fraturei o crânio e rompi a membrana chamada Dura-Máter que,
junto com a meninge, protege o cérebro. A operação que talvez se fizesse
necessária poderia ter me tirado o olfato aos 19 anos. Graças aos céus, não
aconteceu. De lá pra cá, sempre que sinto algum cheiro muito bom penso em como
seria não senti-los. E são milhões...
Sempre
brinco de eleger meus cheiros preferidos. Já mudaram muitas vezes e, dependendo
do momento, continuam mudando. Se for na hora da fome então... ou do amor.
Atualmente,
meus eleitos são: cheiro de terra molhada pela chuva, de café acabando de ser
passado, do amor em todos os momentos e o cheiro da maresia do Leblon. Todos os
tipos de maresias...
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Ah,
só para celebrar Gilberto Gil: finalmente, começou a circular o
expresso 2/2/22 da central do Brasil. rssss
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Edmir Saint-Clair
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