ORIENTADOR LITERÁRIO

O ORIENTADOR LITERÁRIO é um profissional que acompanha, ensina e participa de todo processo de criação de um livro. - - - - -- UM PROFISSIONAL EXPERIENTE, especializado em redação criativa, capaz de despertar toda a sua criatividade potencial escondida. = - - - - - - UM PROFESSOR que vai transformar a sua forma de criar e escrever; - - - - - - Experimente, é terapêutico e libertador. - - - - - - AS HISTÓRIAS QUE SÓ VOCÊ TEM PARA CONTAR VÃO FICAR PARA SEMPRE.

A CIDADE DA MINHA INFÂNCIA

 

        A cidade da minha infância não tinha cheiro de mato ao entardecer. Nem rio passando embaixo de uma pequena ponte de madeira. Não tinha igrejinha branca em frente à praça. Não tinha leiteiro, que passava cedo, tocando uma sineta, com sua carroça puxada a cavalo. Não tinha a mercearia do seu Nicolau, que por sinal nem sei quem é. 

Não tinha a Dona Maria, senhora bondosa, que distribuía doces a todas as crianças do grupo escolar. Não tem tinha trem apitando na estação que nunca existiu. 

O cheiro mágico da minha infância é o da maresia de uma cidade praiana e praieira.

    A minha cidade tinha toda a poesia do mundo. Mas, não tinha cheiro de mato, nem rio passando embaixo de uma pequena ponte de madeira, mas cresci muito feliz, na beira do mar. Não tinha o Seu Nicolau, que por sinal nem sei quem é, mas tinha o bar do Seu Antônio, que sabia quem eu era. Cresci jogando pelada na areia e pegando jacarés, não a unha, no peito. Tinha circo em frente à praça, casa com portão e a maioria das pessoas se conhecia. Tinha piquenique no Parque Lage e tinha mistérios nas cavernas. Eu tinha conta no Mate/Limão do Eugênio da praia. Tinha velha fofoqueira, que falava mal de todo mundo. Tinha porteiro que corria atrás da gente. Tinha colégio de Padre e padre chato também.

       Tinha festa aos sábado nos clubes, e depois íamos comer pizza no bar Guanabara, que era ponto final de táxi e o único que ficava aberto até de madrugada.

    Esteja onde estiver, sempre que me lembro da minha infância sinto que meus irmãos de pedra ainda sorriem para mim e comigo, até hoje. Sempre me esperando voltar à nossa cidade mágica, encravada ao sul de Ipanema e aos pés dos meus dois irmãos de pedra.

Edmir Saint-Clair

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