Abrir as portas fechadas do tempo,
Do
museu dos fantasmas,
Das
fotos penduradas, dos instantâneos da dor
Das
fraturas expostas que não latejam mais,
Instantes
que nunca passaram,
Congelados
no espaço escuro.
Imagens
desbotadas e inúteis
Expostas
com suas molduras de pregos,
Que
riem das mãos infantis que as esmurram sem parar.
O
choro é cova profunda, cavada à mão,
Rasgada
na carne, é terra cavada a unha,
Tirada
no sangue que rega o solo fértil
Cobrindo os rastros da cicatrização
Bendita
a hora de limpar as mãos,
Remover,
das unhas encardidas, a terra cansada
Resquícios
de um enterro sem velas,
O
início depois do fim,
Vôo leve da alma que conquistou a si.
- Edmir Saint-Clair
Nenhum comentário:
Postar um comentário